quinta-feira, 27 de maio de 2010

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Texto e Fotos: Marilia Labes

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Astronomia na UFSC – As Luas de Galileu
maio 26, 2010 by admin
Filed under Destaque, Letras & artes
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“Não posso mais ver as luas, mas sei que muitas gerações irão ver tudo que meus olhos de cientista ousaram ver”. Um Galileu Galilei já cego dirige-se para as 130 pessoas que lotam a Igreja da UFSC, na noite de uma sexta-feira, ao final da peça As Luas de Galileu. Em uníssono, o elenco termina dizendo: “Mas, no entanto, ela se move.”

O espetáculo, uma encenação do Grupo Pesquisa Teatro Novo (GPTN), conta fatos relevantes da vida do físico,matemático e astrônomo. O roteiro foi desenvolvido a partir do conceito pós-dramático e as cenas misturam elementos da arte erudita e popular – a música sacra e a commedia dell’arte.

Apresentada pela primeira vez em 2009 – Ano Internacional da Astronomia – As Luas de Galileu está agora na segunda temporada. Nas sextas, sábados e domingos dos meses de maio e junho ocorrem as exibições. O ingresso é gratuito e pode ser retirado no Departamento Artístico Cultural da UFSC (DAC) todas as quintas e sextas-feiras.

Dois dos três anos levados para montar a peça foram de pesquisa histórica. Carmen Fossari, a diretora e roteirista, explica que muito desse material foi utilizado na versão final. “Colocamos textos como A Peste, de Albert Camus. Temos três cenas adaptadas do Galileu, de Bertolt Brecht, cartas da filha dele – a primeira é real, a segunda é criação minha e trechos que são do processo inquisitório.”

A montagem de As Luas de Galileu contou também com a assessoria de Adolfo Stotz, astrônomo e presidente do Grupo de Estudos em Astronomia (GEA) (leia matéria sobre o grupo). “A importância dele foi maior especialmente ao nos dar mais elementos da ciência. Além disso, por ter estudado tão profundamente Galileu, ele se permitiu falar que o astrônomo vivia nas tabernas. A partir dessa colocação do Adolfo, é que eu pude desconstruir um texto que tinha originalmente do Bertolt Brecht sobre a vida de Galileu e comecei a roteirizar com tudo o que eu acreditava como teatro”, conta Fossari.

A diretora procurou Adolfo Stotz durante a SEPEX de 2008 com a proposta da peça. O astrônomo já estava estudando a vida de Galileu Galilei para uma série de palestras que faria nas escolas da região da Grande Florianópolis, durante o Ano Internacional da Astronomia. Ele conta que como estava com o cientista dominando seus pensamentos decidiu ajudar.

Adolfo Stotz explica o perfil de Galileu mostrado na peça: “A gente tem mitos na cabeça. E a história da vida das pessoas, de verdade, é muito interessante. Pois são gente igual a todos. Claro, tiveram momentos de genialidade”. A peça, ainda segundo o astrônomo, procurou abordar esses dois lados: a vida dele como pai e marido um pouco relapso e a ciência e o conhecimento que ajudou a construir.

Texto e Fotos: Marilia Labes

Leia também a matéria sobre o Grupo de Estudos em Astronomia

Veja galeria de imagens da peça:

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